quarta-feira, 6 de junho de 2012

Maria





Desperta para a vida Maria,
E sente o mundo latente,
Adentrando pequenos espaços de sua mente,
Deixando-se vagar em tórridas correntes de pensamento.
Maria, a donzela que já foi crente, hoje é devassa
Se fosse inquisição seria Bruxa, cairia em fogueira sem piedade!.

Mas Maria a incógnita e bela roceira,
Atrapalhada ainda assim é trabalhadeira,
Banha seu corpo em leite de coco,
Hidrata a própria pele em água de poço...
Maria, despretensiosa faceira,
Passeia em sua égua sem cela
Debruçada em sonhos e pesadelos
È a Maria seguindo sem rumo

Eis Maria a bela que habita campos cobertos por capim dourado,
De chinelos entrelaçados agarrados em calcanhares machucados,
Percorreu o sertão em busca de Oasis, procurou sossego em trepidas almas vulgares. Sem rumo certeiro, chegou ao seu passarinheiro,
Habitado por seus sonhos e estranhos anseios.

È Maria, a misteriosa dama, que deslumbra e arrepia...
È a Maria que transmuta em pensamentos sagrados,
Dentro do seu ser engole a dor estampa o sorriso esbranquiçado,
Arranha as pernas, finge viver no paraíso quando vive de passado!
È Maria a donzela dos sonhos, aquela que de nada sabe, mas tudo sente!

Maria